sexta-feira, março 04, 2011

HERÓIS NEGROS – LIDERANÇA E SABEDORIA
Por que os Heróis não são negros? Pergunta interessante e intrigante
Os heróis são em geral homens, e homens brancos.
É bom nos perguntarmos sobre esta questão, pois os heróis como invenção lúdica de seres supranaturais buscam a manutenção de justiça de ética, são figuras caricaturadas de símbolos dos estados mais desenvolvidos economicamente, que na medida em que buscam mercado para os seus produtos e empresas, exportam a imagem de pessoas com estereótipos.
Os chanjemams, flashmans, japions e chiraias são um bom exemplo de como os estereótipos são exportados. Uma potência quis estabelecer laços de dominação, então, antes preparou o terreno, de aceitação dos produtos.
Os EUA fizeram isto muito bem, e continuam exportando os seus Capitães Américas pelo mundo; costumes e hábitos vêem junto, casados com produtos, empresas e investimento.
Fonte: Google Imagens
 Em 2002 vi o Filme Kiriku, um ser mitológico africano, menino negro, que transforma a vida ao seu redor com o valor mais profundo do ser humano e da forma mais ética possível, e quando não há possibilidade de encontrar respostas no seu tempo e espaço, ele recorre ao ponto alto da sabedoria e cultura africana: O Sábio Avô. Mestre, e testemunha das mudanças, instabilidades e estabilidades da vida e das coisas. Um bom exemplo da reivindicação de um herói negro. Ligado, conectado e enraizado na cultura africana. Não é palhaço, não é um policial atrapalhado, um super herói que precisa de consultoria.
No entanto, eu gostaria de aprofundar ainda mais este tema intrigante, perguntando: por que uma pessoa tem que resolver todas as coisas? Por que pensar um mundo imaginário no qual uma pessoa resolve tudo? Será que é uma fuga humana da difícil tarefa de viver em grupo, em sociedade? Questionamentos irreverentes, pois o estudo da evolução humana indica que foi justamente a vida comunitária uns dos pilares que nos fez evoluir. Os desafios da vida comum, nos fez sair da condição de animal irracional, para seres mais evoluídos capazes de pensamento mais complexos, a tal ponto de dominar os outros seres e os assistir em zoológicos e parques em suas condições não pensantes.

Fonte: Google Imagens
Sei que na vida real não existem seres humanos com força descomunal, no entanto, repenso a opressão e toda a estrutura social, quando recordo de Rosa Louise McCauley, a costureira nascida nos Estados Unidos, no dia 4 de fevereiro de 1913 e falecida com 92 anos, em Detroit no dia 24 de outubro de 2005, mais conhecida por Rosa Parks.
Esta mulher simples, ousou se rebelar. Para furar uma repressão do tamanho de um Estado de leis, decretos e costumes consolidados, foi necessário um não. Um não que sofreu todas as medidas legais cabivéis, no entanto inicio um processo, que tornaria, Rosa Parks a mãe da consolidação dos direitos civis negros estadunidense. Esta mulher simples iniciou um efeito dominó naquela pequena Montgomery. No dia 1º de dezembro de 1955, ela se recusou frontalmente a ceder o seu lugar no ônibus à um homem branco.
Fonte: Google Imagens
Martin Luther king tomou aquela atitude como a oportunidade de iniciar uma militância que inspira até hoje os batalhadores do povo negro no mundo. Uma mulher, como você, negra, mas um ser humano que percebeu como a força das idéias é indissociavel das ações do corpo, da garganta. Idéias que movimentam os nervos e impulcionam a voz que grita e as mãos que lutam.
Foi presa, machucada e violentada para inspirar a uma das muitas lutas, iniciadas por muitas outras mulheres que como ela lutaram e morreram para defender o direito de simplesmente “sentar”, sentar na cadeira ao frequentar a escola, sentar em seu carro próprio, sentar em sua moto, sentar no banco da praça ao descançar...
 A luta pelos direitos civis da população negra nos E.U.A, não foi exclusividade de Rosa Parks que infelismente não será a última condenada por se rebelar. Muitos ainda morrerão, muito ainda lutarão pelo direito de sentar, de andar, de correr, de falar, de ouvir e sentir. Sentir o dia em que os negros terão o acesso ao que eles mesmos constróem, o acesso negado pela sociedade na história do ontem e do hoje. Provavelmente neste dia, a busca da exploração ainda existirá, o racismo ainda estará presente, manifestado nas mais diferentes formas e maneiras, no Brasil e fora dele.
Heróis negros na verdade são líderes, que lutam contra a direção da história, que de tão humanos, percebem as raízes essênciais e fundamentais da desumanidade. Líderes que perceberam o valor do grupo. Que quando reinvindicam o cessar da discriminação é por que são incapazes de descriminar. Que quando pedem a igualdade, vêem o absurdo de ter o outro como desigual.

Fonte: Google Imagens




“Exu matou um pássaro ontem, com a pedra que jogou hoje”
Fonte: Reginaldo Prandi. Mitologia dos Orixás.




 


AUTORES:
Renata Aparecida Barcelos de Alencar
Tel: (11) 2843-3523; (11)6122-1172
E-mail: natabarcelos@yahoo.com.br
Educadora. Graduada em Administração na 1ª turma da Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares. Fundadora do Projeto Papel Caneta e Tinta Preta que a partir de exibição de filmes, busca o resgate da cultura afro-brasileira e inclusão do negro nos espaços sociais.
Luiz Otávio de Alencar Miranda
Tel: (11) 2843-3523; (11) 8126-5287
E-mail: otavioale@gmail.com
Educador e Consultor de Projetos. Mestrando em Filosofia pela Faculdade de São Bento-SP e Graduado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC/GO.
Atuou como Agente de Pastoral em comunidades nos estados do Pará, da Bahia, Goiás e no Paraguai. Desenvolve oficinas de contação de história e mitologia afro-brasileira e africana pelo Projeto Papel Caneta e Tinta Preta. Trabalha no ITS Brasil - Instituto de Tecnologia Social como Consultor de Projetos e Coordenador do Projeto Artes Nascentes - Centro de Formação de Artesãos e de Artefatos em Madeira.

sexta-feira, setembro 03, 2010

Culturas negras no Brasil (Resistências Religiosas: Irmandades)

Nesta quinta-feira dia 02 de setembro de 2010 a equipe do projeto Papel caneta e Tinta Preta, participou da 5ª aula do XII Curso de Difusão Cultural CEA/USP: ASPECTOS DA CULTURA E DA HISTÓRIA DO NEGRO NO BRASIL. A aula foi ministrada brilhantemente pela Profª Drª Antonia A. Quintão.
A abordagem da docente foi baseada nas suas pesquisas de mestardo e doutorado, sobre o seguinte tema: Culturas negras no Brasil (Resistências Religiosas: Irmandades).
A equipe Papel Caneta e Tinta Preta, preparou um resumo da aula que pode ser solicitado pelo e-mail: projetopapelcanetaetintapreta@gmail.com

terça-feira, agosto 31, 2010


Estão todos convidados à participar das oficinas do Projeto Papel Caneta e Tinta Preta. As oficinas de exibição de filmes são seguidas de debates e ações contra o racismo nos diferentes ambientes de nossa siciedade.
VENHA PARTICIPAR
E ESCREVER NO PAPEL A HISTÓRIA
DE MOBILIZAÇÃO CONTRA O RACISMO
NO BRASIL

quarta-feira, agosto 11, 2010

Início dos encontros do Projeto Papel Caneta e Tinta Preta

A comunidade do Parque Bristol está convidada

para participar das oficinas do

Projeto Papel Caneta e Tinta Preta.

O Projeto é um valioso instrumento de debate

da questão afro-brasileira e suas implicações no cotidiano

do jovem negro brasileiro.